Em um mercado cada vez mais competitivo, a forma como uma empresa se comunica é um fator essencial para sua relevância e crescimento. No entanto, certos setores são naturalmente mais resistentes a mudanças, demorando mais para adotar estratégias modernas de branding e identidade visual. O setor jurídico é um exemplo clássico dessa resistência. Escritórios mantêm por anos uma comunicação tradicional, muitas vezes baseada em símbolos genéricos, como a balança da justiça, e apenas quando os grandes players inovam é que o restante do mercado começa a se movimentar.
Essa dinâmica reflete o conceito da curva em S da difusão de inovações, popularizado por Everett Rogers e aprofundado no mundo dos negócios por Geoffrey Moore. Mas o que isso significa para sua marca? Seu escritório está na dianteira da inovação ou simplesmente segue o que os concorrentes já fizeram?
A Curva em S e a comunicação empresarial
A difusão de inovações segue um padrão previsível: no início, poucos adotam uma nova prática, mas conforme a aceitação cresce, há um momento de aceleração até atingir a maioria do mercado. Geoffrey Moore no livro “Atravessando o Abismo”, destacou que há um “abismo” entre os primeiros adotantes e a maioria inicial, onde muitas empresas falham ao não conseguir converter inovação em um padrão de mercado.
Na comunicação empresarial, isso se traduz na dificuldade de romper com tradições e estabelecer uma identidade visual estratégica antes que o mercado inteiro já tenha adotado novas tendências.
Empresas inovadoras investem cedo em branding, diferenciando-se e conquistando relevância. Já as empresas conservadoras esperam que o mercado valide as mudanças antes de agir – muitas vezes, tarde demais.
O setor jurídico e a inovação na comunicação
O mercado jurídico ilustra bem essa resistência à inovação na comunicação. A maioria dos escritórios ainda adota uma estética tradicional e genérica, sem um posicionamento claro que os diferencie. Quando um escritório de grande porte decide inovar – criando uma identidade visual sofisticada, ajustando seu tom de voz e investindo em uma comunicação estratégica – isso gera um efeito cascata. Outros, percebendo o impacto dessa mudança, correm atrás para não parecerem ultrapassados.
O problema de adotar mudanças tardiamente é que os primeiros inovadores já conquistaram seu espaço e reconhecimento.
Quem demora demais não apenas perde a oportunidade de liderar, mas também precisa competir com marcas que já se consolidaram na mente dos clientes.
O que significa inovar na comunicação?
Inovar na comunicação vai além de trocar um logotipo ou atualizar um site. Trata-se de uma estratégia consistente, que envolve:
Identidade visual profissional, com diferenciação clara do mercado;
Definição de um tom de voz alinhado aos valores e público-alvo;
Posicionamento estratégico que comunica a proposta de valor de forma eficaz;
Uso inteligente de canais digitais para reforçar autoridade e proximidade com o público.
Enquanto setores como tecnologia e startups adotam essas estratégias rapidamente, segmentos mais tradicionais, como o jurídico e o financeiro, costumam ser os últimos a inovar. Isso os coloca em desvantagem competitiva, pois os clientes mais jovem ou mais atentos as novidades buscam empresas que transmitam credibilidade não apenas por meio do serviço prestado, mas também pela forma como se apresentam e se comunicam.
Em qual fase da curva você está?
A curva em S da difusão de inovações classifica as empresas em cinco perfis:
Inovadores – Os primeiros a testar novas abordagens.
Adotantes iniciais – Empresas visionárias que identificam o valor da inovação antes do mercado.
Maioria inicial – Adoção começa a crescer de forma significativa.
Maioria tardia – Adoção ocorre por necessidade, não por estratégia.
Retardatários – Empresas que só mudam quando a inovação já é um padrão consolidado.
Agora, uma reflexão: onde seu escritório ou sua consultoria se encaixa nessa curva? Você está inovando ativamente ou esperando o mercado forçar essa mudança? A adoção tardia pode significar perder clientes para concorrentes que já entenderam o valor da comunicação estratégica.
Se sua marca ainda não atravessou esse abismo, talvez esteja na hora de repensar sua estratégia para não ficar para trás. Quem sabe sua empresa é nossa próxima jornada.